domingo, 23 de novembro de 2008

Revista Realidade:Fatos que chocaram uma época

Durante o regime político autoritário nascia a revista que viria a ser um marco no jornalismo literário brasileiro. Uma revista que chocaria com suas imagens, que abordaria questões sociais até então ignoradas e que faria reportagem social. O ano era 1966. O mês: Abril. Seu nome: Realidade.
Inspirada no new journalism norte-americano, a revista Realidade transformava em texto, os acontecimentos sociais. O jornalista tinha contato direto com a realidade que se propunha a retratar. A riqueza dos detalhes narrados se dava pelo trabalho que o repórter tinha de participar da vida do personagem, transformando-se, ele mesmo, num personagem.
O objetivo da revista era mostrar a realidade, nua e crua, portanto, chocar. Considerando a época e o momento político e, comparando com as revistas atuais, nenhuma outra chocou tanto quanto a Realidade. Uma reportagem sobre a Amazônia mostrava imagens de uma onça totalmente sem pele e ensangüentada, em carne viva. Sem dúvida, uma imagem chocante.
Existe uma diferença entre narrar tentando participar de um fato e sofrer um fato na pele. O repórter José Hamilton Ribeiro, integrante da equipe de Realidade, participou da cobertura da guerra do Vietnã e pisou sem saber, numa mina terrestre. Com isso, perdeu parte da perna esquerda. Ele sofreu o fato. Na edição de maio de 1968, o repórter descreveu todo o sofrimento e recuperação. A matéria publicou uma imagem dele ferido.
O diferencial e a ousadia da revista devem ser considerados, principalmente pelo contexto histórico. O preconceito e o moralismo eram muito fortes. Os militares censuravam todos os veículos de comunicação. A época era a mesma e o AI-5 levou ao fechamento o jornal carioca Correio da Manhã.
O mesmo golpe sofrido pelo ‘Correio da Manhã’, sofreu-o também a revista Realidade. Em 1968 o aparecimento do terrível AI-5 ameaçava de morte a publicação. A censura e a pressão sobre os jornalistas fizeram com que eles se demitissem, desmanchando a equipe. Porém, nem tudo estava perdido. Foi feita uma tentativa para reerguer a revista, reunindo alguns dos seus integrantes. Mas, se nem tudo estava perdido, também não era mais a mesma coisa. Com a nova fase, a Realidade passou a ser uma revista a mais. Sem brilho. Sem diferença.
A venda dos exemplares decaía. Em março de 1976 a Revista foi encerrada. Era o fim de uma revista que marcaria um período na história. Um período de uma dura realidade. E, acima de tudo, o fim de um exemplo de jornalismo social e humanitário.
Durante seus 10 anos de existência, a revista Realidade ganhou alguns prêmios, entre eles:
• “Brasileiro go home” (1966);
• “A vida por um rim” (1967);
• “Do que morre o Brasil” (1968);
• “Marcinha tem salvação: amor” (1969);
• “Amazônia” (1972);
• “Seu corpo pode ser um bom presente” (1973).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A importância a Radio Am e o surgimento da FM


A Rádio brasileiro chega aos 85 anos com novidades tecnológicas que lhe garantem manter um importante espaço no cardápio da mídia e na vida dos cidadãos. Desde que a primeira transmissão de rádio ocorreu no Brasil, no alto do Corcovado, no Rio, durante as comemorações do Centenário da Independência, muitas coisas mudaram no país e no mundo. O som pioneiro, de tantos chiados, naquele 7 de setembro de 1922 foi do discurso do então presidente Epitácio Pessoa, comprovando que, apesar das mudanças havidas nas décadas seguintes, a política personalista já prevalecia naquele tempo.

A iniciativa de colocar o Brasil no ranking da vanguarda do rádio coube a Edgar Roquette Pinto, que em 1923 lançou a primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade, do Rio. Hoje, em tempos de mensalão e de Café com o presidente, milhares de rádios levam informação, cultura e lazer para milhões de brasileiros, rebatendo previsões de que o surgimento da televisão e da internet acabaria com esse maravilhoso veículo de comunicação.

O rádio, de fato, não acaba: ele se transforma. Transforma-se em todos os sentidos: dos antigos e enormes aparelhos com válvulas dos anos 1930 a 50, que ajudavam os cidadãos brasileiros a acompanhar a transmissão pioneira da Copa do Mundo de 1938 e notícias da Segunda Guerra Mundial, ao pequeno rádio de pilha e ao rádio de automóvel. Como decorrência, as mudanças alcançaram também as técnicas de produção e apresentação, e o estilo dos programas.

O rádio estimula a imaginação. Por isso mesmo, técnicos de som e sonoplastas conseguem milagres com vozes históricas. O rádio brasileiro teve, por exemplo, o tempo das radionovelas e dos programas humorísticos do Rio e de São Paulo, nos anos 1940 e 50, que ajudaram a revelar talentos mais tarde aproveitados na TV. Vão longe os tempos do Repórter Esso, informativo que marcou época. Mas o jornalismo continua vivo no rádio, por mais evidente que seja o critério político de concessão de emissoras e por maior que seja a crise financeira da mídia, responsável pelo enxugamento e empobrecimento de equipes

O rádio AM, em 1985, sofre um duro golpe, tanto pelo esnobismo de adolescentes de classe média, que tinham preconceito a coisas antigas, quanto pela politicagem, através das concessões de rádio e TV promovidas pelo governo de José Sarney a todos aqueles que, políticos ou não, apoiavam o esquema de politicagem da direita brasileira. Assim, muitos donos de rádio FM, que não tinham (nem têm) competência para controlar rádio, acabaram por fazer expandir os arremedos de rádio AM nas FMs, acostumando mal a audiência a ouvir "rádio AM" diluído e em som de FM. Começaram as primeiras queixas sobre o som do rádio AM, de que seu som é ruim pra baixo.

Resta esperar que, concomitante ao avanço tecnológico, o rádio cumpra à risca um papel democrático e patriótico, resistindo à constante tentação de favorecer caciques da comunicação que fabricam mitos e destroem esperanças. O jornalismo faccioso, evidente em algumas coberturas e colunas de jornais e revistas, assim como em programas de TV, é também claramente percebido em determinadas emissoras de rádio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Era Digital

Era Digital
A cada dia, o mundo em que vivemos, passa por inúmeras mudanças; A natureza muda, nossos habitos cotidianos, nossa tecnologia, tudo o que ontem era novo, hoje já é velho. O mundo nunca parou de mudar, mais creio que esse seja o tempo em que estamos dando mais atenção à isso, já que, cada vez mais essas mudanças influenciam nosso modo de viver.Estamos em uma era, onde tudo será diferente, pois estamos em tempos, que as máquinas, sejam elas de qual tipo for, ganham cada vez mais espaços em nossa sociedade. Hoje seria impossivel, viver sem os computadores ou sistemas informatizados que utilizamos em nosso cotidiano e nem nos damos conta que esses sistemas que nos controlam, são contralados por outras pessoas.Tudo parece simples e na verdade é, porém não nos damos conta, que vivemos em um submundo, do qual a maioria de nós não sabemos que fazemos parte. Simplesmente, por que, sabemos que ele existe, mas, mal nos damos conta que estamos, nele. Fazemos parte de um mundo chamado, "Tecnologia", que apesar de ser muito útil, e indispensável para nossa sobrevivência, pode também apresentar muitos riscos.Não esta muito longe o tempo, onde todo individuo desta terra, terá um retrato, digitais, informações genéticas, e mais informações, gravadas em um enorme banco de dados, onde, será possível acompanhar os passos de cada ser, 24 horas por dia, durante os 7 dias da semana.O mundo está mudando, e temos que sempre aprender a lidar com ele, e cada dia que as máquinas controlam mais nossas vidas, não seria útil, que nós soubessemos controla-lás mais do que elas agente ? Ou que pelo menos, tenhamos mais noção sobre elas ?É fácil imaginar a cena, você levanta todos os dias, liga seu computador, lê seu jornal eletrônico, dá uma olhada em sua conta bancária, depois, você liga sua tv, e após se cansar, pega o carro, e vai ao médico, faz uns exames em uma máquina estranha, logo após sua consulta, faz um saque em um banco qualquer, para fazer umas comprinhas, depois indo ao caminho do shopping, você recebe um telefonema, de uma garota que conheceu na noite passada, e como estava falando no celular enquanto dirigia, nem se deu conta, que você passou por um radar eletrônico e estava acima da velocidade permetida.No dia seguinte você, levanta, liga seu computador, você percebe que ele esta meio diferente, umas mensagens aparecerão na tela, e você não sabe de onde elas vieram, entra em sua conta bancária, e o SUSTO! Você já não tem mais 1 Real em sua conta, sai correndo para o banco, chegando lá, o gerente, lhe trata com a maior educação e lhe começa a fazer algumas perguntas, que tomam o seu tempo, se ele for um bom cidadão, ele ja terá providenciado, alguma solução para seu problema e inventará uma desculpa qualquer para o sumiço do dinheiro, esperando que você compreenda ou então simplismente você terá que provar na justiça que algum terceiro desviou, seu suado dinheiro sem sua autorização. Se isso acontecer, você chegará em casa, ligará para um advogado, que lhe atenderá amanhã, afinal ele está com os parentes, em um churrasco, pois hoje tinha o jogo do Brasil, e por problemas em sua conta, você acabou perdendo, batendo um papinho com o gerente.Você deita e dorme. Levanta sobre o barulho da campanhinha, é um cidadão, lhe entregando duas multas de trânsito, é menos dinheiro no seu bolso e menos pontos na carteira.Deu pra perceber como se arma um grande chuva de problemas ?Não estou falando neste artigo que você deve ser um expert em máquinas de todos os tipos, não é isso, você não precisa saber como um radar funciona, e sim que ele ajuda a punir aqueles engraçadinhos que ultrapassam limites de velocidades, colocando em risco outras vidas, você não precisa saber como funciona, aquele enorme aparelho, que você viu no consultório médico, e sim que ele ajuda salvar vidas. Mais você não acha que deveria saber mais sobre computadores domésticos, e ter sempre noções e procurar aprender mais sobre segurança para proteger seu pc contra terceiros e evitarem que eles descobram seus dados ? Tá certo, alguem que desviou o dinheiro de sua conta, pode ter acessado diretamente o sistema do próprio banco, e de lá ter roubado informações sigilosas. Mais ainda, você já se perguntou o que fazia, aquele furgão, com insulfime, parado a porta de seu condominío, há horas, e ninguém sabia o que era ? Simplesmente, ninguém achou que era nada, afinal ele continha um adesivo, de um buffet que organizava festas de aniversários, que mal poderia haver, não é verdade ?Já passou pela sua cabeça, que poderiam ser hackers, crackers, ou qualquer coisa do genero, com alguns notebooks, captidando todas as informações que passam por ali bem dizer ? E que toda essa informação veio de graça, e o que eles mais gostaram dos usuários domésticos em seu apartamento, é quem nem um deles, tem o costume, de criptografar seus dados :DVocê também acha que não deveria se precaver mais ao passar seu cartão de crédito em uma maquininha em um posto qualquer, e digitar sua senha ? Para depois não pagar o pato e a conta ? Ou achar normal um funcionário lhe dizer, "Gostaria que eu lhe ajudasse a passar o cartão ?" ou "O senhor poderia digitar sua senha novamente?" Imagine um senhor, idoso, que sai de sua cidadezinha e vai até a cidade mais próxima, receber o dinheiro de sua aposentaria, ou fazer compras?Tudo esta se tornando cada vez mais simples, e quanto maior for a simplicidade, mais corremos riscos neste submundo virtual, hoje através de sistemas de busca, como o google, é possível cortar a energia elétrica de uma casa, ou acessar dados altamente sigilosos, digitando algumas linhas, para que o sistema então busque novas vitímas.Pessoas com um computador na mão, podem brincar de DEUS, podem controlar sistemas, dizer até se a luz da sua casa, será acessa ou não, dizer á um sistema para fazer isso, e ordená-lo depois para dizer que nada foi feito, e assim, no mundo em que vivemos, nem saberemos, que foi feito.Seja um jovem, adulto ou idoso, todos estão vulneráveis à estes e inúmeros outros problemas. Bom muitos vão ler este artigo e dizer, que isso, ou aquilo, só acontece em cinema, ou que eu quero me canditar a continuar o filme matrix, mais sei que pra muitos, isso servirá como um placa, de aviso :DTambém não quero causar pânico, até por que, não existe motivo para tal, mais, isso é o presente, e o futuro, será isso e muito mais, e se você não tiver em mente, que cada vez mais seremos "controlados" por máquinas e sistemas computacionais, que serão contralados por pessoas autorizadas, eles também poderão ser contralados por pessoas não autorizadas.Por isso, é bom começarmos a refletir, e nos preparar, e termos cuidado, para não sermos devorados por um predador, qualquer que existe nesta selva digital, onde quem tem mais conhecimento, leva vantagem sobre aqueles que tem menos. É hora de nos preparamos e nos preocuparmos com nossa segurança. Sabemos o quanto é dificil nos preocupar com problemas, que nem existem ainda, mais vale fazer uma força e aproveitar para aprendermos essa lição de maneira fácil, por que se não, esses fatos podem ser tornas reais em sua vida, e eu tenho certeza de que você não vai querer isso.

domingo, 2 de novembro de 2008

A importância da Rádio AM



1893 - O padre, cientista e engenheiro gaúcho Roberto Landell de Moura testa a primeira transmissão de fala por ondas eletromagnéticas, sem fio. Graças a ele, a Marinha brasileira realizou, em 01 de março de 1905, diversos testes de mensagens telegráficas no encouraçado Aquidaban.

Todavia, o Primeiro Mundo reconhece o cientista Guglielmo Marconi como o "descobridor do rádio".
Marconi, natural de Bolonha, Itália, realizou em 1895 testes de transmissão de sinais sem fio pela distância de 400 metros e depois pela distância de dois quilômetros. Ele também descobriu o princípio do funcionamento da antena. Em 1896 Marconi adquiriu a patente da invenção do rádio, enquanto Landell só conseguiria obter para si a patente em1900. Marconi, em 1899, concebeu a radiotelegrafia através de uma mensagem de socorro transmitida pelo Atlântico. Nesse evento se populariza a sigla S. O. S. - save our souls, "salvem nossas almas" em português - , em todo o mundo, mesmo em países que não falam a língua inglesa que concebeu a sigla.

Essa polêmica da invenção do rádio se compara à da invenção do avião, no início do século XX, em que o Primeiro Mundo credita aos irmãos Wright, dos EUA, a invenção do veículo aéreo, embora tenha sido o mineiro Alberto Santos Dumont seu pioneiro (os Wright não registraram imagens de suas experiências de vôo, enquanto Dumont realizou testes com seu 14-Bis diante de multidões em Paris, França, em 1906).

1919-1923 - Outra polêmica envolve o surgimento da primeira emissora de rádio no Brasil. Oficialmente se credita à Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (hoje Rádio MEC), do então Distrito Federal (Rio de Janeiro), o pioneirismo, em 1923. Mas a Rádio Clube de Pernambuco (até hoje no ar e que chegou a ser propriedade de Assis Chateaubriand, a exemplo da Super Rádio Tupi), de Recife, quatro anos antes já realizou suas primeiras transmissões radiofônicas.

Em 1922, em caráter experimental, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que não havia sido inaugurada ainda, transmitiu, em razão dos 100 anos da Independência do Brasil em 07 de setembro, o discurso do então Presidente da República, Epitácio Pessoa.

O idealizador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi Edgard Roquete Pinto, considerado o "pai do rádio brasileiro". Mesmo não sendo exatamente o pioneiro, considerando a Rádio Clube de Pernambuco como a primeira rádio do país, Roquete Pinto teve sua prestigiada importância histórica em prol da comunicação e educação no rádio. Em homenagem a ele, foi criada uma fundação com o seu nome, que existe até hoje.

Anos 20 - Nessa época, o rádio funcionava sem fins comerciais. Não havia ainda a chamada publicidade no rádio, que só viria em 1927 e ganharia fôlego nos anos 30. Antes disso, haviam as chamadas "rádios clubes" ou "rádios sociedades", ou seja, rádios com programação elitista e raio de irradiação limitado, organizadas por pessoas da alta burguesia, que além de sustentarem as emissoras, forneciam suas coleções de discos, geralmente de música clássica.

Este detalhe foi resgatado de alguma forma pela Rádio Fluminense FM de Niterói, entre 1982 e 1985, pois sua programação rock era proveniente de discos pertencentes a seus próprios produtores (uma rádio hoje em dia funciona com acervos impessoais fornecidos pelas gravadoras), colecionadores assumidos de discos.

1936 - Surge a Rádio Nacional, PRK-30, no Rio de Janeiro. Ela se tornaria um marco na história do rádio, com seus programas de auditório, suas comédias e suas radionovelas. Entre o final dos anos 30 e a primeira metade dos anos 50 a Nacional seria uma das líderes de audiência do rádio brasileiro, exportando sua programação, gravada e dias depois transmitida, em outras cidades brasileiras.

Nessa época as pessoas poderiam ir para os estúdios das rádios, verdadeiros teatros, para assistir ao vivo à programação realizada. Era época de grandes emoções, em que as pessoas podiam ver pessoalmente os comunicadores em ação.

1938 - Surge a Rádio Globo do Rio de Janeiro, que décadas depois seria a rádio AM mais popular do país, renovando o fôlego do rádio que havia sido abalado com o surgimento da televisão. É dessa época a vinheta de "O Globo no ar", até hoje utilizada tanto pela Globo AM do Rio de Janeiro como a sua similar de São Paulo.
Nesta mesma época, o Estado Novo, instaurado no ano anterior, começava a esboçar uma estratégia de cativação populista da população, e a música brasileira dominante no período, como as marchinhas de carnaval, foram estimuladas no ufanismo do governo de Getúlio Vargas entre o final dos anos 30 e começo dos anos 40.

Ainda em 1938, é realizada a primeira transmissão esportiva em rede nacional de rádio. Ela foi realizada durante a Copa de 1938, na Rádio Clube do Brasil (então DF), narrada por Leonardo Gagliano Neto.
Década de 40 - Mas a música brasileira não se limitava às marchinhas, que tiveram seus ídolos indiscutíveis, vide a famosa "rivalidade" das cantoras Emilinha Borba e Marlene. Mesmo a música regional foi bastante difundida pelo rádio, e aqui se destacam programas como os de Ary Barroso, que antes de brilhar na Rádio Nacional era insólito locutor esportivo da Rádio Cruzeiro do Sul (do então DF), que tocava gaita quando narrava os gols e se tornou célebre autor de inúmeras canções como "Canta, Brasil" e "Aquarela do Brasil" (que na opinião de muitos deveria ser adotada como Hino Nacional Brasileiro, em substituição ao atual), e o de Luiz Gonzaga, célebre cantor e compositor de baião, autor de clássicos como "Asa Branca", que fazia programas de música regional.

Em 1939, outro músico é responsável pelo primeiro programa de auditório do rádio brasileiro. Era Almirante, pseudônimo de Henrique Foréis Domingues, compositor e cantor que era vocalista do grupo O Bando dos Tangarás (que, curiosamente, gravaram o primeiro vídeoclipe brasileiro que se tem conhecimento, em 1929, não com este nome adotado na era MTV), no qual integravam Noel Rosa e João de Barro (único sobrevivente do grupo, conhecido também como Braguinha, que entre muitas obras, fez a letra de "Carinhoso", canção originalmente instrumental de Pixinguinha). O programa era "Caixa de Perguntas" e foi ao ar na Rádio Nacional.

Década de 40 - Em 1941, surge o Repórter Esso, patrocinado pela famosa companhia norte-americana de combustíveis, que lhe emprestava o nome. As notícias eram redigidas pela United Press International, e traduzidas para o português pela equipe do informativo. Era o principal veículo de informação sobre os fatos internacionais, sobretudo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnam.

O programa chegou a ter sua versão televisiva, que teve entre os apresentadores o mesmo locutor da versão radiofônica, o gaúcho Heron Domingues. Heron foi considerado um dos melhores locutores noticiaristas da história, e faleceu aos 50 anos, em 1974, depois de anunciar uma notícia na televisão, quando sofreu um enfarte.

Um dos últimos apresentadores do Repórter Esso, que locucionou as últimas transmissões radiofônicas do programa em 1968, o comunicador Roberto Figueiredo se tornou, duas décadas depois, um dos comunicadores de sucesso no rádio carioca, com passagens pela Super Rádio Tupi e Rádio Globo do Rio de Janeiro.

No final dos anos 40, a Rádio Record de São Paulo faz uma brincadeira com os ouvintes. Era primeiro de abril e o narrador esportivo Geraldo José de Almeida narra uma partida entre o time de São Paulo com um time europeu, realizada naquele continente. O clube paulista perde por 7 a 0. No dia seguinte, a emissora desfaz a farsa: o jogo nem sequer aconteceu. Mas foi um grande susto para os torcedores sãopaulinos, isso foi.
Década de 50 - Surge a televisão e o rádio é obrigado a se transformar. Já se falava na ameaça de extinção do veículo rádio, o que não ocorreu. Aos poucos o formato dos programas de auditório e das radionovelas migra do rádio para a TV. A pioneira emissora de TV foi a Tupi de São Paulo.

Surgem as primeiras transmissões de radiojornalismo e as transmissões esportivas, que apareceram nos anos 30, se multiplicam e ganham mais popularidade. A Rádio Continental de São Paulo é uma das pioneiras na reportagem de rua.

Um dos pioneiros repórteres de rua do Brasil era conhecido como Tico-Tico, que nos anos 50 garantia credibilidade e entretenimento com sua inteligência e humor. Era habilidoso na busca de informações, encarando até viagem em navio. Tico-Tico se destacava mais que seus entrevistados, não por atrapalhar a resposta deles (como infelizmente fazem alguns apresentadores de tevê atualmente), mas pelo seu talento peculiar.

Surgem neste período as rádios Bandeirantes AM e Panamericana AM (que em 1966 passaria a se chamar Jovem Pan AM e, a partir de 1976, Jovem Pan 1, para diferenciar da emissora FM, chamada Jovem Pan 2, dedicada à música pop).

Em 1955 surge a primeira transmissão experimental de rádio FM, pela Rádio Imprensa, no Rio de Janeiro, extinta no fim de dezembro de 2000. Sua introdutora foi a empresária Anna Khoury, que havia fundado a Rádio Eldorado AM no Rio de Janeiro e se desligou desta emissora por divergir do grupo de Roberto Marinho (jornal O Globo), que adquiriu a emissora.

A transmissão da Imprensa FM se reduzia às instalações da emissora, constituindo-se de uma frequência de onda que ligava os transmissores ao estúdio da emissora, similar a de uma linha telefônica privativa.
A Imprensa FM, que ampliou suas transmissões a partir dos anos 60, tinha sua programação sem objetivos comerciais, com música e informação. Seu perfil era light, com algumas inclinações populares, porém sem aderir ao refinamento grosseiro do pop baba romântico nem à baixaria reinante na mídia, e nos últimos anos abrigava alguns programas de rock. A Imprensa foi extinta na virada de 2000 para 2001, quando passou a ser a nova Jovem Pan Rio.

Década de 60 - O rádio AM assume as caraterísticas atuais. No lugar dos programas de auditório, aparecem programas de variedades comandados por locutores de boa voz e excelente estilo comunicativo. Haroldo de Andrade, locutor até hoje na ativa na Rádio Globo AM (RJ), se torna o destaque.

Se popularizam os programas esportivos e os policiais - destaque para "Cidade contra o crime", da Super Rádio Tupi, apresentado por Samuel Correia, falecido em 1996 - e, num outro segmento, surgem as AMs de hit-parade, antecipando o formato "adulto contemporâneo" das FMs. A Rádio Tamoio AM, do Rio de Janeiro, era uma delas.

Outra emissora AM, também do Rio de Janeiro, se tornava um marco do gênero, a Rádio Mundial AM, do Sistema Globo de Rádio, que em seus quadros tinha o lendário DJ Big Boy, depois repórter do jornal "Hoje" (Rede Globo) e coordenador da Eldo Pop FM, rádio de rock dos anos 70. Big Boy faleceu de ataque cardíaco com apenas 32 anos, em 1977, mas depois de dar sua forte contribuição em prol da divulgação da música norte-americana no Brasil.

Durante a época do golpe militar de 1964, que derruba o presidente João Goulart, diversas rádios do país tentam conclamar o povo brasileiro a se manifestar contra o regime. Entre 1964 e 1968 há diversas tentativas de contestação do regime, que no entanto se fortaleceria com o Ato Institucional Nº 5, anos depois.

A Jovem Guarda encontrava no rádio AM um espaço complementar ao da TV (vide o famoso programa que batizou o movimento e era transmitido pela TV Record, apresentado pelo cantor Roberto Carlos), e o programa do compositor, empresário e jornalista Carlos Imperial, "Hoje é dia de rock" (apesar do título, sabe-se que a Jovem Guarda era mais pop do que rock, e este estava na mesma época mais audacioso do que imaginavam os jovens brasileiros em sua maioria), se tornava um grande sucesso de audiência. Era o rádio AM em seus momentos de "rádio jovem", algo que causa estranheza nos adolescentes da década de 90.
O fenômeno da Jovem Guarda existia desde 1959, quando foram lançados os sucessos "Banho de Lua" e "Estúpido Cupido", na voz de Cely Campello. Só não tinha este nome. No ano seguinte, nomes como Renato & Seus Blue Caps, Demétrius e Sérgio Murilo apareciam fazendo o mesmo tipo de som, uma leitura brasileira do rock dos anos 50, com forte influência da música jovem italiana, sucesso entre os anos 50 e 60. Foi preciso a suspensão das transmissões esportivas da TV Record, em 1964, para ser criado um programa que batizaria e consagraria o gênero: "Jovem Guarda", apresentado pelo ídolo Roberto Carlos. Era um estilo ingênuo e conservador, comparado com o rock que era feito nos EUA e Reino Unido, às vésperas do psicodelismo, mas até para ser contestado pelos fãs mais exigentes de rock a Jovem Guarda teve sua razão de ser.

1969 - O Ministério das Comunicações havia surgido em 25 de fevereiro de 1967. Com a ditadura militar planejando um grande esquema de censura e manipulação ideológica, o rádio AM é incluído entre as instituições e pessoas físicas consideradas "subversivas".

Depois de uma reunião do presidente Arthur da Costa e Silva com generais e ministros, em 13 de dezembro de 1968, foi instituído o Ato Institucional Nº 5, que determinava censura total à imprensa e revogava as punições ao abuso de poder das autoridades policiais e militares. O livro "1968: o ano que ainda não acabou", de Zuenir Ventura, contém um relato detalhado sobre as reuniões que resultaram neste ato institucional que durou dez anos e custou até a vida de muita gente.

Na mesma época do AI-5, o governo Costa e Silva investiu no surgimento do rádio FM, que em regiões mais desenvolvidas (capitais do Sul e Sudeste) seguia o formato musical sisudo e tocando musak (a chamada música ambiente, orquestrada mas sem compromissos eruditos), música romântica e música clássica, algo como uma linhagem ortodoxa do "adulto contemporâneo" (a trinca Ray Conniff, Bee Gees e Filarmônica de Londres, só para citar três exemplos dessas tendências). Nas outras regiões, as FMs passavam clones de programação de rádio AM nos horários de pico e nas horas vagas tocavam música popular e artistas oriundos da Jovem Guarda, que já eram tidos como "caretas" pelos jovens da época.

Anos 70 - O rádio AM, que era tido como "subversivo" em 1969, nos anos posteriores a 1974, quando a ditadura se afrouxou, através do governo Ernesto Geisel, passou a ser considerado como o rádio de "brega". Apesar disso, sua popularidade e credibilidade continuavam intatas e a juventude ainda ouvia as emissoras AM.

Em 1970, o locutor Edmo Zarife (falecido em 1999, quando pertencia ao quadro de locutores da Globo AM / RJ) gravou a célebre vinheta "Brasil", que até hoje é usada quando o Brasil vence em qualquer modalidade esportiva, seja futebol, tênis, Fórmula Um, vôlei, etc.. A princípio a vinheta era usada apenas para a Copa do Mundo do México, mas imediatamente ela se popularizou.

Locutores como Paulo Giovani, Paulo Barbosa e Paulo Lopes se tornariam os "paulos" de grande prestígio do rádio AM. Desses três, só o primeiro não atua mais no rádio, trabalhando hoje como publicitário e empresário, mas mesmo assim sendo uma grande referência do rádio AM até hoje.

Nessa época se destacava também a então repórter do programa "Fantástico" (Rede Globo de Televisão), Cidinha Campos. Ela se consagrou, nos anos 70 e 80, como apresentadora do "Cidinha Livre", que incluía debates, variedades e até um quadro em que ela fazia críticas à Rede Globo, comentando seus programas.
O rádio FM ganhava força na segunda metade dos anos 70, naquele mesmo esquema citado acima, só que competindo com outros perfis. Havia o perfil "rádio rock", de caráter experimental, feito pelas rádios Eldorado FM (vulgo Eldo Pop, RJ), e Excelsior FM (SP), e o perfil "pop eclético", predominantemente festivo, lançado pela Rádio Cidade (RJ), em 1977 (infelizmente a Rádio Cidade hoje renega este perfil, através de um arremedo de milésima categoria de rádio de rock).

Entre os anos 60 e 70, uma emissora AM já abraçava o perfil rock, a Federal AM, do grupo de Adolpho Bloch (Manchete) que, ao acabar em 1974, mudando sua sede de Niterói para o Rio de Janeiro, virou Manchete AM.

O perfil popularesco, influenciado pelos programas de auditório (Chacrinha, Edson "Bolinha" Curi, Raul Gil, Silvio Santos), passava a ser formatado em FM, e uma das primeiras emissoras foi a 98 FM (RJ), que passou a ocupar o mesmo espaço da agonizante Eldo Pop.

Por sua vez a então rádio de rock Excelsior FM, conhecida como "A Máquina do Som", que teve entre seus profissionais o hoje repórter Maurício Kubrusly, passou por diversas mudanças entre o pop convencional e o adulto contemporâneo, tendo se chamado Globo FM e Rádio X FM, até resultar hoje na CBN 90.5 de São Paulo.

Anos 80 / Primeira Metade - A princípio o rádio AM continua com popularidade similar a dos anos 70. Mas o rádio FM avança em popularidade crescente, sobretudo entre os jovens. A segmentação das FMs em estilos musicais diferentes começa a ser uma realidade, com rádios de adulto contemporâneo de diversos níveis, como o pop (que inclui música romântica e disco music) e o sofisticado (somente jazz, blues, soft rock e MPB), além da popularização das rádios de rock a partir da Fluminense FM (Niterói) e 97 FM (ABC paulista), entre outras.

Entre os anos de 1984 e 1989, o rádio carioca passava por uma ótima fase que, se não era 100%, era acima da média. A segmentação era seguida com a mínima decência possível, nenhuma FM parasitava o perfil do rádio AM, havia rádios de rock com linguagem realmente rock e repertório abrangente, rádios light com repertório light, e rádios pop que não conseguiam convencer com suas posturas pseudo-alternativas, o que lhes impedia de avançar na postura pseudo-roqueira. Ah, e o rádio AM tinha sua audiência consolidada, sua programação diversificada que praticamente não incluía pregações evangélicas de baixo escalão.

Anos 80 / Segunda metade - O rádio AM, em 1985, sofre um duro golpe, tanto pelo esnobismo de adolescentes de classe média, que tinham preconceito a coisas antigas, quanto pela politicagem, através das concessões de rádio e TV promovidas pelo governo de José Sarney a todos aqueles que, políticos ou não, apoiavam o esquema de politicagem da direita brasileira. Assim, muitos donos de rádio FM, que não tinham (nem têm) competência para controlar rádio, acabaram por fazer expandir os arremedos de rádio AM nas FMs, acostumando mal a audiência a ouvir "rádio AM" diluído e em som de FM. Começaram as primeiras queixas sobre o som do rádio AM, de que seu som é ruim pra baixo.

Na verdade, rádio AM só tem som ruim em duas condições: primeira, quando os equipamentos de som ou radiotransmissores não conseguem uma sintonia decente do rádio AM devido a constantes chiados, "pipocamento" e péssima recepção (os aparelhos de som atuais são terríveis nesse sentido); segunda, quando as emissoras AM possuem baixa potência, muitas por próprio desleixo de seus donos, completos sovinas, ignorantes e leigos em rádio.

A Rádio Jornal do Brasil AM, ou apenas JB AM, do Rio de Janeiro, com sua programação dedicada à música adulta sofisticada e ao jornalismo, chegando a ter um programa de jazz apresentado pelo humorista (e conhecedor de música) Jô Soares, chegou a ter qualidade de estéreo, com sonoridade dolby e grande potência. Curiosamente, uma FM pirata de Salvador (BA), em 1990 repassava o som da JB AM, com programação mais musical e qualitativa que a Band FM local (ainda conhecida na Bahia com o pomposo nome de Rádio Bandeirantes), que parecia bem mais uma rádio pirata com programação tipo rádio AM. A "JB AM" era vizinha justamente dessa Band FM.

1990 / 2000 - Em 1990, entra no ar a Rede CBN de rádio, então restrita ao rádio AM. Duas afiliadas iniciam a rede, uma no Rio de Janeiro, outra em São Paulo. Em 1994 a CBN seria uma das pioneiras da "papagaiagem" eletrônica, com dupla transmissão em AM e FM em Brasília. Em 2000, a CBN AM sai do ar - apesar dela ter tido muito mais audiência que sua "clone" em FM - , entrando no seu lugar a Jovem Pan 1 AM, que também tem "clone" em FM na capital do país.

As emissoras de rádio AM começam a ser compradas por seitas religiosas das mais diversas, desde a Igreja Católica e a Igreja Universal do Reino de Deus até a mais obscura seita protestante. Aqui surge uma polêmica: oficialmente, diz-se que as seitas voluntariamente se dirigiram aos donos das AMs para comprar tais emissoras, mas há indícios, em muitos casos, de que os próprios donos quiseram se livrar das AMs e trabalhar só com FM, que tem baixo custo e alta incidência de "jabá" (esquema de propinas que favorece o superfaturamento das FMs), mesmo para a programação jornalística, que certos ouvintes de rádio julgam ser totalmente incorruptível.

Aqui a ingenuidade impera. Como essas pessoas dão confiabilidade cega ao jornalismo dessas FMs, mais do que ao jornalismo televisivo, que lida com imagens? Em rádio, até um long play de efeitos sonoros pode forjar um tiroteio entre guerrilhas do Oriente Médio, ou um imitador bastante habilidoso pode se passar por um político de grande projeção. Claro que isso não ocorre, mas é possível de ocorrer. Mas edições mais sutis são feitas pelo rádio, como a construção de um discurso jornalístico que coloque como "vilões" os manifestantes que, diante da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, protestam contra a privatização de uma companhia estatal. Em TV também existe edição, "maquiagem" jornalística, mas um jornalismo que se vê é bem mais verossímil do que um jornalismo que só se ouve.

A atitude romântica de determinados setores da intelectualidade reclamava o fim do "vitrolão" das FMs. Eles achavam que, com noticiário e esportes, acabaria a música ruim das FMs. Mas, na prática, ocorreu exatamente o contrário: como os jabazeiros da música não queriam perder dinheiro, eles arrumaram um jeito para transferir seus produtos para rádios mais segmentadas.

Assim, as FMs classe A passaram a tocar até o mais brega da música norte-americana, as FMs de rock, além de tocarem também coisas mais melosas, exportavam locutores que não encontravam vaga nas FMs de popularesco e pop internacional, e por aí vai.

Pior que isso é a "invasão AM" nas FMs de todo o país, a ponto de, ironicamente, favorecer até mesmo o programa governista "A Voz do Brasil", que, antes boicotado, passava a ser ouvido por viciados em FM.
Isso é irônico. Em 1993, surgiu um movimento de algumas emissoras de rádio do Brasil reivindicando o fim da obrigatoriedade da retransmissão de "A Voz do Brasil", programa governista produzido pela Radiobrás, dividido em meia hora de noticiário do Poder Executivo (Governo Federal) e outra meia do Poder Judiciário (Congresso Nacional). Estranhamente, FMs com roupagem de AM como Band FM, estavam entre os assinantes. Depois se descobriu que o movimento não era exatamente contra o programa governista, mas sim a favor da flexibilidade de horário do programa, para atender interesses comerciais das emissoras de rádio. Certas rádios transmitem o programa fora do horário oficial (19 - 20 h), transmitindo entre 21 e 22 horas ou entre 23 horas e meia-noite. Uma coisa é certa: se "A Voz do Brasil" fosse de manhã, nem esse movimento haveria, pois os donos de muitas rádios já inserem noticiário político no horário entre seis e oito da manhã.

As FMs com roupagem de AM passaram a adotar uma postura politicamente correta, contratando profissionais autênticos de AM ou mesmo retransmitindo alguns programas ou toda a programação de AM. Aqui entram os "papagaios eletrônicos".

Em 2000, o rádio AM sofre o auge da discriminação. Mesmo aqueles que regularmente ouviam AM migraram para as FMs. Até a revista esportiva Placar, do conservador grupo Abril, anunciou a "morte do rádio AM para as transmissões esportivas". Vale destacar que futebol em FM rende muito mais jabá do que até mesmo a música mais comercial, que em termos de propina custa muito pouco para a sede de lucro dos donos, quase uma gorjetinha.

Há indícios de que o mesmo esquema dos dirigentes esportivos investigado recentemente pela CPI do futebol tenha investido uma fortuna para a transferência de locutores esportivos influentes, em todo o país, para as emissoras FM, que coincidiu com mecanismos tendenciosos do futebol como a elevação imediata, sem jogos, para o grupo de elite do Brasileirão (rebatizado Taça João Havelange), de times de segunda e terceira divisões, e o esticamento do calendário do campeonato brasileiro, cuja partida final ocorreu no penúltimo dia de 2000 (em outros anos o Brasileirão terminava no final de novembro ou início de dezembro).
Um marketing ostensivo e similar no rádio paulista se observa nos casos dos programas "K Sports Já" (Nova FM), do "Transamérica Esporte Clube" da Transamérica, do "Estádio 97" (Energia 97 FM) e "Na geral" (Brasil 2000).

Dizem que os jabazeiros pretendiam investir pesado na "Rede Nova FM", que o locutor esportivo Jorge Kajuru só não lançou por problemas causados com o governo de Goiás (domicílio radiofônico de Kajuru, que tinha um programa na Rádio K AM - que possui em Goiânia um "clone" em FM - que atacava o governo estadual) e o Ministério das Comunicações, que por ação movida pelo governo goiano teve que dar suspensão de um mês às transmissões da Rádio K.

Com o imprevisto acerca de Kajuru, os jabazeiros do esporte passaram a investir no futuro programa que dissidentes da Band TV e FM montaram para a Transamérica (rádio do ABN Amro Bank). No Norte, Nordeste, Centro-Oeste e cidades interioranas, o sucateamento do AM chega a ser grosseiro e cruel.

2001 - Uma nova tecnologia pode surgir. Do contrário que pensam os poderosos, não é a tecnologia contra o rádio AM, mas a favor dele. É a tecnologia digital, que dará um som mais potente à Amplitude Modulada. Chiados e "pipocamento" serão eliminados e o som será tão bom quanto o FM. É prevista uma revolução radiofônica que pode reverter a migração da programação AM para as FMs, causando o processo inverso, e pode até atrair interesse de quem se recusava radicalmente a investir no rádio AM, como no caso da empresa Transamérica. Até os "papagaios eletrônicos" perderão sua razão de ser. Será um capítulo feliz para um espaço radiofônico popular e histórico que, em plenos anos 2000, chegou perto do fim por causa da discriminação extrema até de seus profissionais. Com o AM digital, um novo fôlego para o AM será enfim dado.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Universidade da Cidade
Campus: Ipanema
Curso: Comunicação Social- Publicidade & Propaganda / Jornalismo
Disciplina: História da Comunicação
Profª: Margareth Carino
Turno: Noite
Grupo:
Daniel Melo
Leandro Norberto
Leonardo Mega
Lucilene Camelo de Sousa
Maria Pilar Lopes
Rodrigo Botto

Bibliografia: Internet

http://moniqueoliveira.wordpress.com/tag/movimento-hippie/

http://www.cebrap.org.br/imagens/Arquivos/a_democracia_no_brasil.pdf

http://www.mundovestibular.com.br/articles/4272/1/A-DEMOCRACIA-NO-BRASIL/Paacutegina1.html

www.tudosobretv.com.br

http://br.geocities.com/memorialdatv/recordind.htmhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882001000200013&script=sci_arttext
Ditadura Militar

UMA ARMA DO GOVERNO MILITAR BRASILEIRO

Esse artigo visa destacar o discurso social promovido pela ditadura militar brasileira utilizando-se dos meios de Comunicação Social de massa como forma de doutrinar a população em torno dos ideais do governo. Para isso, toma como base a televisão, cujo desenvolvimento deve-se ao Regime Militar.
Tal investimento foi justificado por tratar-se de um veículo de comunicação de massa com potencial para disseminar a cultura da integração nacional e as ideologias pretendidas à época. Detaca também o período de maior repressão do governo, como mais um exemplo da projeção que a ditadura fez sobre a mídia audiovisual, como reconhecimento do potencial desses meios de disseminar a cultura de massa e, conseqüentemente, a ideologia desejada.

A cultura de massa é caracterizada como uma manifestação cultural produzida para uma camada numerosa da população em geral, sem diferenciação social, religiosa,etária, gênero, psicológica, étnica, caracterizando um público homogêneo. O produto veiculado é elaborado pelos meios de comunicação de massa, ou seja, aqueles destinados ao grande número de pessoas: jornais, rádio, revistas, televisão, cinema, internet, dentre outros. Um exemplo de um meio de comunicação não massivo é o telefone, pois esse é processo interpessoal. Esse sistema de produção cultural que pretende atingir toda a sociedade com a intenção de, moldar hábitos e dominar o processo de informação foi denominado “indústria cultural”. Essa expressão foi criada pelos teóricos Theodor Adorno e Max Horkehimer, da Escola de Frankfurt3.

A Ditadura de olho na tevê Na década de 1950, o Brasil vivenciou a democracia. Foi um período de transição política entre o Estado Novo (1937-1945) e o Golpe Militar (1964). No cenário mundial, os países dividiam-se em dois blocos: o capitalista ou ocidental, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista ou oriental, liderado pela União Soviética. Nesse contexto mundial, surge a televisão no Brasil, em 18 de setembro de 1950 e é a economia do País que determina a contradição para surgimento do novo veículo, como explica Eugênio Bucci (1997, p. 23).

A tevê foi a arma do Governo Militar como instrumento de integração nacional evaleu-se do seu poder para se desenvolver. João Batista de Andrade (2002, p. 20-21) conta como foi essa ajuda de mão dupla: Concessão estatal – preso, portanto, aos ditames do poder político, mas ao mesmo tempo visto agora como um setor de algo poder de influência e, principalmente, grande negócio, o negócio do futuro –, o sistema de TV serviu ao regime militar dando a ele uma cara e um instrumento de comunicação impositiva, linha única de cima para baixo, tendo o povo como massa pacífica bombardeada pelos “podes” e“não podes” dos militares e seus seguidores. Ao mesmo tempo, serviu-se do regime militar,engordando sua estrutura, atraindo fatia cada vez maior das verbas publicitárias e aproveitando-se de facilidades para se modernizar (importações facilitadas, isenções de taxas e impostos, uso de serviços públicos como antenas repetidoras, etc.). De sua parte, também os militares se serviram da TV, como cria própria de seus interesses numa soberania nacional baseada na centralidade política e no nacionalismo simbólico.“Até 1965 apenas 15% das famílias brasileiras contavam com um aparelho de televisão”, lembra João Batista de Andrade (Ibidem, loc. cit.). Foi justamente nesse ano que o governo fechou os olhos para o surgimento da que seria a maior emissora de televisão do País, a Rede Globo de Televisão:
A Constituição Federal, em seu artigo 160, proibia a associação de grupos nacionais de comunicação com grupos estrangeiros, mas os militares fazem vista grossa e rejeitaram a CPI, instituída em 1966, para julgar os acordos entre a Globo e o grupo norte-americano Time-Life (Priolli, 1985, p.25).
Na década de 70, o Estado torna-se mais autoritário e, portanto, mais dependente da sua porta-voz eletrônica: a televisão. E quanto maior era a necessidade de comunicação do regime, mais a televisão brasileira se beneficiava e se desenvolvia. Instruída pelo regime, ela entra na década de 1970 levando paz aos lares brasileiros, como conta Gabriel Priolli (1985, p. 34):
O Brasil entra nos anos 70 com guerrilhas, seqüestros, atentados e repressão militar. No vídeo,entretanto, tudo vai vem. Os telespectadores emocionam-se com a bravura de Tarcísio Meira em “Irmãos Coragem”, ficam enternecidos com Regina Duarte em “Minha Doce Namorada”, riem
Em 1972, o governo encontrou outra forma de falar do passado, desviando a atenção dos brasileiros para o presente e desincentivando os roteiros originais. O Ministério da Educação lançou um prêmio anual para filmes adaptados de obras literárias de autores mortos. Fora a História e a Literatura, a produção nacional era desprestigiada em detrimentos dos filmes importados. A comercialização de filmes estrangeiros era muito barata, e os cineastas brasileiros pressionam o governo a adotar medidas para onerar o filme importado, tais como: copiagem em laboratórios brasileiros, elevação da taxa de censura e realização de material publicitário no Brasil. Este último foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 1977.
A dublagem, condenada na década de 1960 sob o argumento de aproximar o filme estrangeiro do público brasileiro, foi defendida nos anos 70 sob a alegação de onerar os filmes estrangeiros e ainda obrigar os exibidores a investirem em acústica. Não foi só a carência de investimentos que marcou a indústria cinematográfica brasileira na década de 1970. A exibição também foi cerceada, como estranha Jean- Claude Bernardet (1979, p. 36):
Em 1977, a estrutura da reserva modifica-se novamente: devido ao sucesso, a longa permanência
de filmes brasileiros em cartaz fez com que algumas salas cumprissem uma grande percentagem
da reserva com um único título; por isso, resolve-se que os filmes cumpririam a obrigatoriedade
durante apenas quatro semanas num mesmo cinema. [...] Basicamente questionável foi ter criado uma reserva de mercado para o filme brasileiro, quando deveria ter sido criada é para o filme importado. Era limitar a importação e circulação do filme estrangeiro, a fim de se deixar desenvolver o filme brasileiro. O Estado fez o contrário, e ao fazer isto, é o cinema estrangeiro que de fato ele protege, cerceando a produção local, a quem sobram as migalhas. Devido à predominância do filme internacional direcionando o olhar do espectador brasileiro e satisfazendo o interesse do governo, a produção nacional tentou se salvar imitando a concorrência, tendendo ao mimetismo. Jean-Claude Bernardet (Ibidem, p.70) explica: O mimetismo consistiria mais ou menos no seguinte: já que o público está vinculado ao espetáculo estrangeiro, produzir filmes brasileiros que satisfaçam no espectador os gostos e as expectativas criadas pelo cinema estrangeiro. Trata-se de reproduzir no Brasil o produto importado. Nesse mercado dominado por filmes estrangeiros, o filme documental exerce seu poder de resistência que, segundo Jean-Claude Bernardet (Ibidem, p. 72), Consiste em elaborar filmes que apresentem ao público justamente aquilo que o filme estrangeiro não pode apresentar: o Brasil. [...] Venham ver os sertões, os tatus, os índios, os jacarés, as cachoeiras. A valorização da paisagem virgem brasileira funciona como uma resposta à industrialização que não é brasileira. À industrialização opõe-se à grandiosidade, a suntuosidade da natureza brasileira, intocada pela industrialização.

Outra forma de resistência ao filme estrangeiro, nos anos 70, foi a pornochanchada, a comédia erótica. Eram filmes de baixo custo e rentabilidade alta que atraíam milhares de espectadores.
No entanto, de todos os governos militares, o de Geisel (1974-1978) foi o que mais deu atenção ao cinema nacional. Ele aumentou o capital da Embrafilme, ampliou a reserva de mercado e criou o Concine – Conselho Nacional de Cinema.
Deve tentar-se entender a atuação cinematográfica deste governo no quadro geral de sua política
cultura. Houve um esforço por parte dos governos militares no sentido de fortalecer os mecanismos capazes de criar uma hegemonia ideológica e cultural, não só nos setores populares
com organismos como o Mobral, como na classe média com a criação ou dinamização de organismos como o SNT – Serviço Nacional de Teatro, INM – Instituto Nacional de Música, Funarte – Fundação Nacional de Artes, etc., e os organismos cinematográficos (Bernardet, 1979,
p. 64).
Nos meios de comunicação audiovisuais, o regime viu um poderoso instrumento de propaganda e ouviu sua própria voz. O cinema fala de passado, autores mortos, erotismo, comédia, importa e imita mercadoria estrangeira. Ipojuca Pontes (1987, p. 79) baseia-se na resenha cinematográfica dos anos 70 para avaliar a década que, segundo ele, foi marcada “Pela presença da pornochanchada, do filme alegórico e da experiência udigrudi”. Assim, para os resenhistas, Ainda agarro essa vizinha, Cassy Jones, Viúva virgem, Os mansos, e ainda, Azyllo muito louco, Os deuses mortos, Quem é Beta?, além de O rei do baralho e Piranhas do asfalto são alguns dos filmes representativos da década. Mas a resenha não fica por aí. Ela qualifica Guerra conjugal, Como era gostoso o meu francês, São Bernardo, Os inconfidentes como “filmes sérios e pouco convencionais”, considerando, por outro lado, D. Flor e Lúcio Flávio como obras de apuro comercial (Pontes, 1987, p. 79) (grifo nosso). Bernardet (1979, p. 67) sugere, ainda, que o cinema brasileiro dos anos 70 tenha sido a mostra de “uma sociedade sem contradições”, e exemplifica com os filmes Tenda dos Milagres, que “Nos oferece a imagem de uma sociedade que, em última instância, não tem contradições essenciais [...]”; e Dona Flor e seus dois maridos “[...] Onde os
elementos antagônicos são passíveis de uma suave síntese”.
Por outro lado, a tevê da ditadura desinfeta o vídeo das repressões, guerrilhas e atentados, mostrando um “País que vai pra frente”. Décio Pignatari (1984, p. 39) vai mais além: “A televisão, como qualquer outro sistema de signos, serve não apenas para registrar fatos – mas também, e fundamentalmente, para projetar fatos”. Segundo ele, a tevê “registra fatos que ainda vão ocorrer” (Ibidem, loc. cit.).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


História da Tv Record



Às 20 horas do dia 27 de setembro de 1953, era exibido um programa musical apresentado por Sandra Amaral e Hélio Ansaldo.
Naquela época, só a TV Tupi estava no ar. Uma grande concorrente que a RECORD enfrentou mas, que já na década seguinte, conseguiu superar. A sorte estava lançada e a história da emissora que mais contribuiu para a evolução da música popular brasileira estava começando. Equipada com o que havia de mais avançado na época, causou impacto na imprensa. O jornal "O Estado de S. Paulo" publicou uma matéria de página inteira com o título: "Entra no ar em São Paulo uma das maiores tevês do mundo". Estava provado que a ousadia dos proprietários, a família Machado de Carvalho, valia a pena.
A primeira transmissão interestadual de um jogo de futebol foi uma aventura digna dos filmes de western. Os técnicos da TV Record enfrentaram lama e contaram com a ajuda do lombo de burros para instalar microondas no topo de morros no Vale do Paraíba, com telas de galinheiro. Até esse dia, o sinal de TV nunca tinha ultrapassado um raio de sessenta quilômetros em torno das cidades que tinham estações. A primeira imagem foi do locutor esportivo Silvio Luiz passeando pelo calçadão de Ipanema. É importante lembrar que a Record era uma das emissoras da família Machado de Carvalho que encabeçava as "EMISSORAS UNIDAS"(de rádio: Rádio Record - SP; Rádio Panamericana - atual Joven Pan, SP; Rádio Bandeirantes, até 1947, quando os Saad a adquiriu; TV Record - Canal 7 de SP; TV Rio - Canal 13 do RJ). Era famosa a história do endereço da Record em São Paulo, na Av. Miruna. Porque o número do prédio é, até hoje 713, que conforme as UNIDAS, seria Record + TV Rio ( 7 +13).Nos primeiros anos, a emissora dedicou-se a programas musicais como "Grandes Espetáculos União", apresentado por Blota Jr. e Sandra Amaral, tornando-se líder de audiência em pouco tempo. Além de shows, a TV RECORD investiu em telejornais. Mas, a programação esportiva era um dos grandes trunfos da emissora.
Programas como o famoso "Mesa Redonda", criado em 1954 e apresentado por Geraldo José de Almeida e Raul Tabajara, fizeram escola na televisão. A emissora resolveu sair em campo e transmitir, ao vivo, partidas de futebol. A partir daí, tornou-se imbatível na cobertura esportiva, transmitindo quase todos os acontecimentos esportivos em São Paulo, como as lutas do Campeonato de Pugilismo. A RECORD foi a primeira emissora a transmitir, ao vivo, o Grande Prêmio de Turfe do Brasil, em 1956, direto do Jóquei Clube do Rio de Janeiro.
O teatro e o humor também tinham espaço na emissora. Programas como o "Circo do Arrelia", com o palhaço Arrelia, "Praça da Alegria", de Manoel da Nóbrega e a famosa novela "Éramos Seis", fizeram sucesso na década de 60.






Na linha de shows, grandes momentos foram marcados pela apresentação de artistas internacionais nos palcos da emissora. Participaram estrelas como Louis Armstrong, Bill Halley e seus Cometas, Nat King Cole, Sarah Vaughan, Charles Aznavour, Marlene Dietrich, entre outros. A emissora investiu em astros internacionais até 1965, quando houve a ascensão da Música Popular Brasileira. O "Show do Dia 7" foi outro grande momento na programação da emissora, apresentando musicais, desfiles de moda, entrevistas e comédia.
A emissora estreou o primeiro programa de calouros da tevê brasileira. "A Hora do Chacrinha", apresentado por Abelardo Barbosa, o Velho Guerreiro, que se tornou um dos maiores comunicadores do país. Na linha infantil, destaca-se o "Pullman Jr.", comandado por Cidinha Campos e Durval de Souza, que ficou no ar durante 16 anos.
Mas, o grande sucesso de audiência da RECORD, marco na história da televisão brasileira, aconteceu em 1965: "O Fino da Bossa", apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. A partir daí, a RECORD trouxe para o cenário musical novos talentos como Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zimbo Trio e Maria Bethânia, além dos já consagrados Agostinho dos Santos, Nara Leão, Vinicius de Moraes, Baden Powel e Maysa. Depois veio "Bossaudade", apresentado por Elizete Cardoso e Ciro Monteiro. Roberto Carlos já estava nas paradas e foi convidado para apresentar o programa "Jovem Guarda". A RECORD mantinha o primeiro lugar em audiência. Com todos esses valores musicais, a realização do II Festival da Música Popular Brasileira foi uma conseqüência. Solano Ribeiro foi convidado para dirigir os Festivais da RECORD e o resultado só podia ser um: sucesso total.
Depois vieram "Essa Noite se Improvisa", com Blota Jr. e Sônia Ribeiro, "Alianças Para o Sucesso", "Caras e Coroas", "Guerra é Guerra", "Show em Si ... Monal", "Corte Rayol Show", com Renato Corte Real e Agnaldo Rayol, "Quem Tem Medo da Verdade", "A Hora do Bolinha", "Família Trapo", "Bronco Total" e "A Buzina do Chacrinha".
A Família Trapo merece um capítulo a parte na história da RECORD. Criada em 1967 e escrita por Carlos Alberto de Nóbrega e Jô Soares foi, sem dúvida, o humorístico de maior sucesso da televisão brasileira. No elenco, Renata Fronzi, Otelo Zeloni, Cidinha Campos, Ricardo Corte Real, Sônia Ribeiro, Jô Soares e Ronald Golias. A Família Trapo liderou a audiência no horário durante três anos e fez escola.




O jornalismo também foi pioneiro na emissora. Em 1972, o jornalista Hélio Ansaldo estreou um telejornal diferente que, além de informar, debatia os temas em pauta, com a participação de especialistas. Era o "Tempo de Notícias" que depois passou a se chamar "Record em Notícias", e foi apresentado por Murillo Antunes Alves, até 1996.
No final dos anos 70, a RECORD enfrentou vários incêndios, além da concorrência que crescia com a entrada de novas emissoras no ar. Mas, mesmo assim, o Canal 7 detinha o segundo lugar em audiência em São Paulo. Foi nessa época que Sílvio Santos, empresário e comunicador, passou a fazer parte da TV RECORD.
Surge então, uma nova fase na emissora. O primeiro passo foi investir na expansão da tevê, visando a cobertura total do Estado de São Paulo. Depois, foi a vez de estrear novos programas como a reedição de "Almoço com as Estrelas", o infantil "Bozo", "Sala Especial", o humorístico "Dercy aos Domingos", com a irreverente Dercy Gonçalves e o "Perdidos na Noite", com Fausto Silva. Em 83, entra no ar o programa feminino "A Mulher dá o Recado", que passou a se chamar "Nova Mulher", apresentado pela jornalista Beth Russo. O programa "Especial Sertanejo", com Marcelo Costa, passou a fazer parte do elenco da RECORD em 1984, lançando os grandes nomes da música sertaneja. O jornalismo também ganhou nova força. Danti Matiussi assumiu a direção do departamento e colocou no ar o "Jornal da Record", comandado por Paulo Markun e Silvia Poppovic, mais tarde, apresentado por Carlos Nascimento.
Em 1991, muda o controle acionário da emissora e começa uma nova fase, passa das mãos de Silvio Santo (sócio majoritário) e Paulo Machado de Carvalho (no momento havia se tornado o sócio minoritário) para as mãos da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo Bispo Edir Macedo. A RECORD entra com uma nova programação, mantendo o jornalismo como carro-chefe. Séries e filmes foram comprados, resgatando alguns sucessos de sua história. Nessa nova gestão, a RECORD passa a ser rede. Antes, contava apenas com São Paulo, Franca e São José do Rio Preto. Veja aqui as emissoras pertencentes a REDE RECORD. Um grande nome surge na programação da emissora, em 1993. Com um programa feminino chamado "Note e Anote", Ana Maria Braga mostrou ao telespectador que veio para ficar. De 1991 a 1995, a REDE RECORD passou por grandes mudanças, transformando-se em uma grande tevê brasileira e voltando aos tempos áureos de sua inauguração.
Em 1995, a REDE RECORD investiu pesado em equipamentos e mudou de sua antiga sede no bairro do Aeroporto, para uma nova instalação, na Barra Funda. A partir daí, a emissora passou a contar com os equipamentos mais sofisticados da televisão brasileira. No final de 1995, a emissora colocou no ar o programa "Cidade Alerta" que, desde os primeiros meses foi sucesso absoluto e emplacou como jornalístico popular. Seu sucesso foi tão grande que o programa logo elevou os índices de audiência no horário e ocupou, por várias vezes, a segunda colocação na grande São Paulo.



















1996 foi um ano de crescimento para a REDE RECORD. A emissora elevou os índices de audiência e consolidou o terceiro lugar, passando a disputar a vice-liderança. Eduardo Lafon, Diretor de Programação da Rede, firmou a programação da emissora em jornalismo, cinema, esportes e shows. Nessa época, surgiram os programas Ana Maria Braga que, ao lado do Especial Sertanejo e do Quem Sabe ... Sábado!, com Renato Barbosa, passaram a compor a linha de shows da emissora. REDE RECORD, A NOVA FORÇA DO ESPORTE tornou-se slogan da emissora, quando foram contratados profissionais da área esportiva. A partir daí, a REDE RECORD passou a cobrir os grandes eventos esportivos e deu um grande salto. A equipe da emissora foi para Atlanta e cobriu os Jogos Olímpicos de 1996.
A REDE RECORD, em 1997, continuou com as contratações e investimentos em tecnologia e expansão de rede. Boris Casoy foi um dos contratados, que reforçou o jornalismo, impondo credibilidade e imparcialidade. Carlos Massa, o Ratinho, veio para a RECORD no segundo semestre de 1997 e foi considerado o grande fenômeno de comunicação do ano. Com isso, a REDE RECORD reforçou seu núcleo de profissionais. Outro grande destaque, ainda em 97, foi a implatação do núcleo de teledramaturgia que produziu minisséries e uma novela, "Canoa do Bagre", com grande sucesso. No segundo semestre, uma parceria com a VTM Produções foi criada e, com isso, mais seis minisséries foram ao ar, além de uma superprodução intitulada "Desafio de Elias", que foi vendida para sete países. São eles: México, Chile, Panamá, Equador, Venezuela, Colômbia e Porto Rico. A partir desse período, importantes nomes da teledramaturgia brasileira voltaram a participar das produções da emissora. Entre eles, Gianfrancesco Guarnieri, Othon Bastos, Lolita Rodrigues, Márcia Real e Sérgio Viotti. Para atender todo o crescimento da rede, a frota de veículos foi trocada e todos os departamentos foram informatizados.
REDE RECORD TODO MUNDO VÊ marcou o ano de 98. Com este slogan e uma programação diversificada, a emissora elevou os índices de audiência, aumentando a média mensal e confirmou seu crescimento. Novamente em parceria com a VTM, foi produzida a novela Estrela de Fogo, que trouxe grandes nomes como Fúlvio Stefanini e Cristina Prochaska de volta às telas. Filmes premiadíssimos foram comprados reforçando o acervo de longa-metragens da REDE RECORD. Títulos como "O Paciente Inglês", "A Poderosa Afrodite", "O Outro Lado da Nobreza", "O Quinto Elemento" e "Breakdown". As séries mais premiadas da tevê mundial também foram compradas. Entre elas, estão os sucessos mundiais "Arquivo X" (The X-Files), "Millennium" (Millennium) e "Edição de Amanhã" (Early Edition).
Também na área técnica, a REDE RECORD superou as expectativas e investiu no que há de melhor e mais moderno. Novos estúdios, transmissores com maior potência, unidades móveis, "Sillicon Graphics", equipamentos digitais com câmeras de última geração, som e iluminação para uma imagem perfeita no ar. A potência do transmissor passou de 30 KW para 60 KW. A antena e o transmissor estão instalados no edifício Grande Avenida, na Avenida Paulista. O helicóptero Águia Dourada da REDE RECORD, um dos mais modernos do mundo, começou a sobrevoar a cidade de São Paulo.
A expansão da rede não pára. Hoje, a REDE RECORD conta com 63 emissoras entre próprias e afiliadas e centenas de retransmissoras espalhadas por todo território nacional. A Copa do Mundo 98 foi outro importante passo da emissora em coberturas esportivas. Mesmo com pouco tempo para preparar as transmissões e uma equipe reduzida, a REDE RECORD conseguiu fazer uma cobertura de primeira, mostrando tudo o que aconteceu na França, no último mundial do século. Fala Brasil, uma revista jornalística diária, Repórter Record com Goulart de Andrade e Disque Record, com Gilberto Barros também estrearam neste ano. Outro grande lançamento de 1998 foi o infantil Vila Esperança que resgatou a fase de programas infantis inteligentes, instrutivos e divertidos, que há muito tempo não se via na tevê. Na mesma semana, Gilberto Barros estreou o LEÃO LIVRE, um programa feito para o povo, em horário nobre.


Em outubro de 1998, a REDE RECORD adquiriu sua primeira unidade móvel totalmente digital: um caminhão com quatro câmeras, um switcher e 3 vts com slow-motion. A unidade conta também com dois geradores próprios de energia. Mas, os investimentos não param. A emissora também adquiriu um carro de UP link que proporciona o fechamento de links direto do satélite, de qualquer lugar, através de uma parabólica colocada sobre o veículo, sem a necessidade de conexão com a Embratel ou outra empresa de telecomunicações. Para dar continuidade ao projeto de crescimento, a REDE RECORD investe em contratações. O jovem ganhou espaço na emissora com o Galera, apresentado por Alexandre Frota e Juliana Garavatti. Para reforçar a afirmação: Lugar de Criança é na Record, o gênero infantil ganhou força com a contratação da apresentadora Eliana. Na linha de shows, um nome de peso passou a compor o "cast" da emissora: Raul Gil. Foi produzida a segunda fase da novela ESTRELA DE FOGO, a novela que virou sucesso na reimplantação da teledramaturgia da emissora. Em novembro de 1998, José Paulo Vallone assumiu a Direção de Programação na emissora, permanecendo no cargo até 22 de Setembro de 1999. O executivo implantou novos programas, de gêneros distintos, na REDE RECORD.1999 - Um ano marcado de novidades. Quando a nova direção propôs investimentos e mudanças, ela não decepcionou. Apostou em novas contratações e novos programas, mudou o perfil da grade de programação, criando um rosto novo para a emissora.Para preencher o espaço da teledramaturgia deixado pela produção da novela Estrela de Fogo - 2ª Fase, entrou LOUCA PAIXÃO. Um remake de "2-5499, Ocupado", primeira novela diária da televisão brasileira, exibido em 1963 pela TV Excelsior. LOUCA PAIXÃO, que atingiu a excelente média de 12 pontos no ibope, contou com um elenco de peso, com nomes como os de Maurício Mattar e Karina Barum. Reforçando a linha de shows na tela da RECORD, o público foi presenteado com musicais como o AMIGOS E SUCESSOS, programa que reuniu música e emoção na medida certa, com apresentadores variados.Empenhado nestas mudanças, o diretor de programação José Paulo Vallone, não parou por aí. A idéia de criar um novo programa, com um novo formato se realizou: SEM LIMITES PRA SONHAR, que também só poderia ser apresentado pelo carismático FÁBIO JR. Com exibição semanal, o programa conta com vários quadros e com um cenário totalmente diferente e sofisticado. Para dar ainda mais um tom de harmonia, a programação apostou no humor. ESCOLINHA DO BARULHO surge na tela da Record com uma turma do barulho. Mas estes alunos não estão muito interessados em estudar, as palavras de ordem são muita diversão e alegria.Os bastidores da REDE RECORD, já estão dando o que falar. ZAPPING está à frente de todos os acontecimentos. Apresentado por Virgínia Nowicki, o programa mostra a realidade por trás das câmeras, erros de gravação, detalhes de filmagens, entrevistas com personalidades. Nada escapará das lentes de ZAPPING.Até o final do milênio, os maiores sucessos de bilheteria com astros internacionais e aclamados diretores passarão pela tela da RECORD. A emissora comprou um pacote de mais de quarenta longa-metragens que foram exibidos em sessões semanais. Ação, Suspense, Drama, Romance, Comédia, Terror e muita Aventura. O gênero infantil não fica atrás. Para alegrar a criançada, a RECORD adquiriu novos desenhos. Um deles é o famoso Laboratório de Dexter, A Vaca e o Frango, O Recruta Zero e o polêmico POKÉMON. Nas tardes de domingo, mais uma opção para o telespectador. ELIANA NO PARQUE, com um público diversificado - até então restrito ao infantil - atrai não só a participação dos jovens, como também de toda a família. Um programa recheado de atividades e gincanas, envolvendo disputas culturais e esportivas entre escolas. Completando a grade do domingo, foi produzido o FALA BRASIL - EDIÇÃO DE DOMINGO. No ar até julho, o jornalístico era apresentado por José Luiz Datena, Adriana de Castro e Rosana Hermann.O Departamento de Jornalismo ganha um novo diretor, José Luiz Gonzaga Mineiro, que vem com prioridades: remodelar o departamento, qualificar as notícias e implantar uma cobertura internacional com correspondentes. Um compromisso com o telespectador.O programa de maior destaque da tevê brasileira e que mais se identifica com a mulher de hoje, ganha um novo rosto. À frente do NOTE ANOTE, Cátia Fonseca. Contrariando inevitáveis comparações com sua antecessora, Cátia imprimiu o seu próprio estilo. Seu jeito descontraído, doce e discreto, aos poucos conquistou o telespectador, mantendo a audiência do programa.Em setembro estreou o TV GENTE, programa que também possui um quadro diário no Note e Anote. Apresentado por Nelson Rubens, o dominical mostra as fofocas e os bastidores das badalações do mundo artístico.Já em outubro, o jornalismo da RECORD recebeu o reforço do SÃO PAULO NOTÍCIA. Apresentado por Eleonora Paschoal e Miguel Dias, o noticiário era exibido das 13h às 14h.Em 1999 também estreou QUARTA TOTAL, uma produção alegre e descontraída, que reúne toda a família numa só torcida e com apresentação de Gilberto Barros, sempre às quartas-feirasEm setembro de 1999, a Direção de Programação da REDE RECORD ganha um novo profissional: Marcus Aragão. Ex-assessor da presidência da emissora, o executivo tem em seu currículo 4 anos de RECORD, tendo tramitado por quase todos os setores da Empresa. Com a proximidade do final do ano, é dele a responsabilidade de produzir e programar os especiais que irão comemorar as festas, bem como a formatação da grade de programação do ano 2000. A REDE RECORD entrou com o pé direito no ano 2000. Em parceria com a BBC de Londres, a emissora transmitiu o "2000 Hoje", programa que mostrou as comemorações da virada do ano, realizadas nos quatro cantos da Terra. Uma transmissão que deu bastante prestígio e visibilidade a Record, pelo eneditismo e qualidade do projeto.Formatada por Marcus Aragão, diretor de programação da emissora, o canal estreou várias produções e até lançou novos talentos. Entre eles ED BANANA, apresentado por Edilson Oliveira, que até então só atuava como ajudante de palco de Eliana com o personagem Chiquinho. A produção, descontraída e tropical, ficou no ar até abril do mesmo ano para, posteriormente, ser reformulado. O RISOS E CASSETADAS, dentro da linha do humor, mesclou "pegadinhas" com "videocassetadas" e as imitações de Sandro Almeida, um humorista paraense descoberto no Programa Fábio Jr.Gilberto Barros ganha seu segundo programa na Record: o DOMINGO SHOW, um divertido game musical, que tem como participantes atores, cantores, modelos e esportistas. Ainda na linha de game, a emissora lançou o Top TV, usando como mote os 50 anos da televisão brasileira nas perguntas formuladas.A turminha teen ganhou um moderno e diferente programa: o PROGRAMA DA HORA, apresentado pela menina cantora Thaís Pina. E, dentro da programação infantil, o ELIANA & ALEGRIA teve sua audiência aumentada em 100%, sendo o programa que mais cresceu nos últimos 12 meses. A produção, apresentada pela charmosa e bela Eliana, ganhou novos desenhos como POKÉMON - um grande sucesso entre as crianças, tornando-se líder de audiência -, bem como ULTRAMAN TIGA e DONKEY KONG. Na linha desenho animado ainda foram lançados o FUTURAMA e o BEAST WARS. Novos anos de seriados consagrados da Record também entraram na programação 2000, tais quais LASSIE e TERRA - CONFLITO FINAL. O lendário RIN-TIN-TIN, original colorizado, foi uma das grandes estréias no gênero seriado, assim como O CORVO.No âmbito do esporte, a emissora, em parceria com a Octagon Koch Tavares, estreou o ESPORTE RECORD, apresentado por Adriana Colin e com entrevistas de Wanderley Nogueira. Na mesma parceria, a Record transmitiu os maiores mundiais de tênis, incluindo o de Roland Garros que deu o título de número 1 do mundo ao brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga. A partida final deu o primeiro lugar a Record, com 13 pontos de média e pico de 25.O ano também foi bastante marcado pela reimplantação da teledramaturgia da emissora, que até fevereiro de 2000 co-produzia novelas. No dia 8 de maio estreava MARCAS DA PAIXÃO, às 20h, escrita por Solange Castro Neves e dirigida por Atílio Riccó, tendo Irene Ravache, Claudio Cavalcanti, Nathália Thimberg e tantos outros medalhões das telenovelas brasileiras. Já vislumbrando um segundo horário para suas próprias produções no gênero, foi lançada a mexicana OLHAR DE MULHER no horário das 21h.No segundo semestre de 2000, estreou na RECORD a novela VIDAS CRUZADAS, a primeira novela moderna que se passa na Bahia e não possui nenhum sotaque se quer; isto, ao mesmo em que enfoca os encontros pela Internet como um costume normal da juventude brasileira.O jornalismo da RECORD, dirigido por Luiz Gonzaga Mineiro, sofreu algumas reformas: o JORNAL DA RECORD - 2ª EDIÇÃO passou a ser apresentado por Salette Lemos e o SÃO PAULO NOTÍCIA ganhou o reforço de Rodolfo Gamberini na apresentação com Simone Queiroz.Hoje a Rede RECORD possui em seu grupo da REDE FAMÍLIA, totalmente voltada para a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), e a REDE MULHER, que em 5 de março de 2001 mudou-se para a primeira sede da Record, na Av. Miruna, 713, reformando o prédio e alojando os seus novc.


Fonte: Site oficial da Rede Record. Complementação feita pelas equipes do Canal 1 / Telecentro e parte biográfica do site da Rádio Joven Pan. Imagens dos Departamento de Divulgação / Record e outros também pesquisados para o Acervo do Canal 1; e Arquivos de Imagem do Centro Cultural São Paulo. estações.